Todos perdem com a PEC 231/95Com a globalização da economia, as empresas deixaram de competir apenas com os seus vizinhos do bairro, na cidade, Estado ou até mesmo no país. A economia globalizada requer empresas extremamente competitivas. Por isso nossa preocupação com relação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95 que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem o ajuste correspondente no salário, e aumenta o valor do adicional da hora extra de 50% para 75% sobre o valor da hora trabalhada. A proposta tem como fim aumentar o número de empregos nas empresas. Mas esta lógica está errada por um motivo simples: a criação de novas vagas de trabalho nas empresas não depende exclusivamente de uma lei, mas de uma conjunção de fatores que proporcionam um ambiente favorável para a economia. Quando a economia está aquecida aumenta a demanda por produtos, as empresas precisam produzir mais e contratam mais funcionários para atender a necessidade do mercado. Esta é a matemática lógica da economia. E é assim em qualquer lugar do mundo.No Brasil as relações entre capital e trabalho estão paradas no tempo. Elas não evoluíram como nos países mais desenvolvidos. O engessamento das regras para contratar e demitir não faz bem nem para as empresas e nem para os empregadores. É muito caro para contratar e treinar um funcionário e muito mais caro ainda demiti-lo. Se a PEC 231 for aprovada com o texto proposto, com redução de jornada de trabalho, mas sem a redução de salários, além de não gerar novos empregos como se deseja, vai provocar o efeito contrário. As empresas terão seus custos elevados, pois aumentarão os gastos com salários, encargos legais e benefícios como planos de saúde, transporte, refeição. Com custos maiores, deixarão de ser competitivas no mercado. Não sendo competitivas perdem mercado e ficam ociosas, sendo obrigadas a enxugar para sobreviver. Esta é a lógica que precisa ser apresentada. Em países como a Inglaterra, Alemanha, Holanda, Dinamarca e vários outros, a jornada de trabalho é de 48 horas semanais. E as negociações sobre jornada de trabalho são feitas entre sindicatos empresariais e de trabalhadores.A negociação entre as partes é sempre o melhor caminho. Quando se cria uma lei, se engessa tudo, colocando no mesmo patamar gigantes multinacionais e pequenas empresas que tem realidades completamente diferentes. O Brasil precisa discutir a flexibilização das leis trabalhistas. Não é o momento de engessar ainda mais as relações entre o trabalho e o capital. Ninguém ganha com isso.Valter Orsi Presidente do Sindimetal Londrina
Fonte: http://pacocaopiniao.blogspot.com/2009/07/todos-perdem-com-pec-23195.html
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